É muita sorte sua estar longe... A distância limita-me, impede-me de tocá-la.
Mesmo assim, minha alma te sente... Afaga-te... Alma gêmea, mãos dadas...
No bailar de nosso tempo, você diva, minha diva, és puro encantamento.
Quanta generosidade divina ao conceber essa criatura repleta de luz e magia...
Linda como o poente, tênue, doce. Necessariamente cativante...
Contudo não és fugaz, traz em si a beleza das ninfas e grandeza das sacerdotisas.
Não é vaso vazio que em nada nos acrescenta, sacia minha sede com sua sapiência...
Que vontade de te apertar bem forte... Cheirar teu cangote e sussurrar em teu ouvido:
Inebriado com tua fragrância, bailando lento uma dança... “De amor por ti estou perdido”...
Marcelo Reis, inverno 2010.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Amar é...
Quando Deus inventou o amor ele quis dar ao homem um presente... Mas o homem não enxergou que amar significa antes de qualquer coisa, dar de si próprio antes de querer algo para si mesmo. Por isso geralmente o amor trás tanta tristeza em vez de trazer alegria. Para nós não é fácil entender o significado dessa dádiva divina meramente denominada por nós “amor”... Doar-se é amar e amar outrem é amar-se. Ame.
Marcelo Reis, inverno 2010.
Marcelo Reis, inverno 2010.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Coletânea...
Lágrimas
Lágrimas são sementes de “esperança”
Plante-as em solo fértil com sua dor
Regue com soluços de lamento
Cultive com o arrependimento...
Esse penar parece ser infinito
Que pesar aflige essa pobre alma...
Sofrimento por amor ou por saudade?
Não importa! Lágrimas são lágrimas...
A lágrima lava o espelho da alma
A lágrima traz a luz o oculto...
A lágrima pede consolo, carinho e perdão,
A lágrima é adaga fincada no coração
Quem não tem suas lágrimas?
Suas cicatrizes e feridas...
Suas esperanças, sonhos e fantasias...
Resta-me desejar que nenhuma lágrima seja em vão.
Marcelo Reis, outono de 2009.
CREIA!
CREIA, pois quando você crê uma colher torna-se uma pá...
CREIA em sua capacidade e nada impedirá seu êxito.
CREIA no poder das palavras e cure almas enfermas...
CREIA no amor e assim viverá o amor e será o próprio amor.
Crendo você se libertara da prisão da depressão e do pânico,
Crendo você vencerá as barreiras que te separam do sucesso,
Crendo você será sempre bem recebido por onde andar,
Crendo você será verdadeiramente amado.
Você crê? Crê que existe algo maior regendo o céu a terra e o mar...
As estrelas, as constelações e as galáxias? Você crê que uma energia inimaginável conduz tudo existente a um destino? Se você consegue crer em algo intocável e invisível pode muito bem acreditar em você mesmo ou não?
Lembre-se que a luz só é luz por que existe a escuridão...
A ordem nasceu necessariamente do total caos...
Após uma tormenta chegara sempre, a calmaria...
Nós também passamos por esse processo evolutivo, devemos ter paciência.
CREIA!
Marcelo Reis, outono 2009.
Nossos caminhos...
Um dia a menos ou um dia a mais? A escolha você que faz.
Viver será morrer aos poucos ou o final da jornada será descanso?
O covarde pode viver mais tempo que o valente, mas com que glória?
Não há garantia para algo que ainda não existe... Fictício futuro!
Ninguém é rico o suficiente se não poder compartilhar suas conquistas.
Ensinam a nós que existir é pecado... Nossos pensamentos são impuros.
Utilizamos de máscaras para sobreviver, não temos outra saída...
Enquanto essa chama arder dentro do peito haverá esperança.
Quando o sol nasce no horizonte, faz um convite para o recomeço...
Mas “recomeços” são sempre demonstrações de nossa incompetência.
É como aquele que vive a desculpar-se... Desculpe aqui, desculpe ali...
Uma hora ninguém mais aceita. A melhor desculpa e não cometer o erro.
A verdadeira beleza é aquela que vem de dentro, mas poucos enxergam...
É tão fácil ser fútil, entregar-se a esse oceano de banalidades do nosso tempo.
Vulgarizamos os sentimentos, sentidos e cultuamos o consumismo.
Que perversidade fazemos com nossos espíritos, somos menos rosas e mais espinhos.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Destroços de mim mesmo
Vi uma flor nascer da escaldante pavimentação viária, persistente flor.
Não é fácil viver com a cabeça inchada exalando idéias... Sempre fértil.
Pensamentos, cacos de vidro... Sonhos perdidos. Amor que morreu.
Esperança, esperança... Esperança. Eterna criança em mim se perdeu.
Olhares, sorrisos... Gestos, intenções... Quereres, ilusões... Sentidos.
Lugares, fragrâncias... Sabores, beijos... Abraços, carinhos... Dores.
Lágrimas regaram meu jardim a vida inteira. Sempre espinhos, sempre...
Queria um banho na cachoeira para refrescar a febre que arde na minha alma.
O mar me chama, clama por mim. Quer meu calor, meu furor, tudo em fim.
O céu me namora, manda presentes. Faz-se inocente, depois ri de mim.
A lua me agarra, faceira na cama. Com um olhar de quem ama, me faz feliz.
O sol com ciúmes, lançou sua fúria. Apenas fagulhas puderam me alcançar.
Apesar dessas penas, dessas perdas, desses dissabores, desses percalços...
Passeio pela vida rindo de tudo, na minha cara sempre estampado um sorriso largo.
Há quem não compreenda essa insanidade, sem cara metade, sem Morfeu.
Eu me banhei no rio Jordão, eu lavei o meu espírito, meu perdão se faz remido.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Liberte, egualitè, fraternitè
Uns elogiam, outros criticam... Uns apoiam, outros desprezam...
Há quem acredite e quem duvide... Ainda há aqueles descrentes...
Muitos aplaudem, ovacionam... Outros atiram tomates e ovos!
O que importa na verdade é a vontade da maioria. Assim seja... Viva a democracia!
Marcelo Reis, inverno 2009.
O brilho da Lua
Que enorme peso levo em meu coração,
Uma dor impossível de cura, uma paixão, uma loucura...
E nesta noite a lua é testemunha.
Tiro-lhe as vestes e ela agora está nua...
Cai sobre mim teu véu e minha alma flutua,
Tão distante que esqueço a procura.
Por fim eu liberto, imploro tua ajuda.
Marcelo Reis, inverno de 1999.
A PAZ está dentro de nós
A paz não está em um “cessar fogo”...
A paz não se encontra em uma “rendição”...
A paz não se esconde em uma assinatura de “não agressão mútua”...
A tão sonhada paz tão pouco está firmada em “tratados” e “apertos de mãos históricos”...
A PAZ está guardada em um cofre chamado tolerância... O segredo desse cofre está dentro de nossos corações.
Estamos cegos diante a esplendorosa beleza e riqueza da diversidade de nossa espécie.
Nós podemos discordar em nossas posições políticas, culturais, religiosas... Nós podemos nos odiar... Nós podemos nos matar. Mesmo assim continuamos sendo irmãos. Essa bênção divina nenhuma guerra poderá mudar.
Temos um único DEUS, mas muitas bandeiras.
Marcelo Reis, primavera 2008.
Oito linhas
Onde anda a tua poesia?
Não me refiro a essa escrita
Mas aquela contida na vida
Incrustada na alma honesta
Aquela que faz o bruto sorrir
Que torna o fardo suportável
Que induz o sonho ao desesperançado
Poesia de textos incompreensíveis
Marcelo Reis, outono de 2001.
Mãe... Em meu coração nada tem mais significado que a Senhora, que tanto é parte de mim quanto eu mesmo. Cresci com você e vi que a vida poderia ser mais que haviam me ensinado. Através de ti descobri que o amor existe e é necessário, descobri que a maior recompensa é não ser recompensado...
Em tua presença sinto-me honrado, dignificado por ser teu filho... Grato por ter recebido tanto carinho e por sempre estar aquecido por teu amor.
Mãe, te amo. Obrigado.
Marcelo Reis.
Pensando em você
Eu penso em você todo dia
E penso com tanto carinho...
Eu sei que vou te encontrar um dia,
Mesmo que não seja nessa vida.
Aquele abraço não ficará mudo!
Tenho há tempos um beijo guardado para lhe dar.
Um beijo com todo o meu carinho...
Um carinho de pássaro em seu ninho.
Eu penso em você e a saudade me salda,
O tempo não passa... Uma dorzinha formiga meu peito.
E eu lembro das tuas risadas, lembro das dobras no canto dos olhos...
O teu sorriso alegrava a minha alma.
Tenho no espírito tatuado as caldas tardes de maio,
A brisa com fragrância de mato cortado,
O descanso de barulho de chuva no telhado...
O sonho da tua presença estando eu, acordado.
Marcelo Reis, outono 2009.
Doar Vida
Eu vim de tão longe para te trazer
Um pouco da minha vida
Vai viver em você...
Não sou melhor que ninguém
Tão pouco um herói
Apenas creio que só o amor constrói.
Foi bom insistir, valeu esperar...
Você nunca deixou de acreditar
Suas lágrimas secarão
Seu pranto não foi em vão...
Comece a sorrir, a dor vai passar...
A vida ainda tem muito pra te dar.
Marcelo Reis, outono 2009.
Língua de fogo
Foi em um olhar que me calei
Foi em um beijo que me perdi
Foi em um abraço que me amparei
Foi por amar que quase morri...
Passei pela maldição dos mil gritos
Vaguei pela penumbra da desilusão,
Vi meu espírito ser banido
Vi meu coração mergulhado na escuridão...
Ouvi o silencio de todas as palavras humanas
Ouvi o cântico das potestades divinas
O meu sacrifício subiu ao altíssimo
Meu sangue fumegado levou um aroma doce como o mel...
Essa brasa que arde a minha alma
Descende da rama antiga do verbo em carne
Vem de cidades perdidas no tempo
Das línguas mortas, dos deuses falsos.
Marcelo Reis, outono 2009.
IN HOC SIGNO VINCES
Não se turbe o vosso coração, pois teu inimigo já foi jogado por sete caminhos...
Não temas, tua vitória chegará. Mas não será no teu tempo. Confia!
Levanta-te, erga sua cabeça e tenha bom animo.
Uma armadura celestial está descendo dos céus para revestir tua alma...
A batalha nunca cessará, por isso vigie... Sejas sentinela atento!
Em tuas mãos será colocada uma espada flamejante,
E serás coroado com o elmo dourado da sabedoria.
Mesmo assim ainda haverá abismos a vencer, não se iluda.
A pedra lançada contra ti será devolvida a quem lhe acusou e julgou...
A flecha mirada ao teu coração será revertida ao seu atirador...
Os espinhos que plantaram em teu jardim cresceram no jardim de quem os semeou...
Todo o mal desejado a ti retornará três vezes maior a quem os desejou...
Uma nova porta será aberta em sua vida, uma porta que ninguém fecha!
Continue trilhando o caminho da luz, do amor e atravesse essa porta...
Quão grandioso é o que te espera, não é ouro, nem prata
Bom dia amor...
Acorde com meu beijo e desperte com meu abraço
Aqueça o meu corpo com o teu corpo entrelaçado...
Deixe que eu me perca no perfume atrás da tua orelha,
Na maciez da tua pele aveludada, no aconchego dos teus cabelos...
Marcelo Reis, outono 2009.
Messaggio per te
Tente sim agradar a todos, mesmo sabendo que é impossível. Você ao menos estará diminuindo expressivamente os que poderia desagradar. Quanto mais simpatizantes você adquirir ao longo da sua jornada, maior serão as acolhidas e ofertas de auxílio. O egoísmo, a intolerância, a truculência, a soberba, o orgulho e a mesquinhez serão como fardo pesado atrelado ao dorso do peregrino... É importante você saber que primeiro devemos organizar nosso universo interior, fortalecendo-o e alimentando-o com ética, caráter, amor, paciência, perdão e coragem. Depois disso você poderá juntar apoio e ir rumo ao poder. Faça da sua vida como um começo de um texto, um texto mal iniciado é como um sorriso em uma foto, pode até se tratar de um rosto angelical, mas se esse sorriso faltar um dente, todo o resto perde o encanto e assim é com um texto, escreva cada dia da sua vida um começo que agrade, que transmita verdade. Faça com que as pessoas que o rodeiam sintam interesse em saber mais. Marcelo Reis, outono/09.
PAULISTÂNIA
Nas minhas veias correm apressadamente os sonhos e anseios dessa gente
Em cada rua, esquina, praça e avenida a desigualdade torna tudo cinza...
Megalópole cultural, caldeirão de raças, credos, conceitos e preconceitos,
Capital financeira, locomotiva... Há quem estanque suas feridas?
Tens um que de tristeza, uma inexplicável melancolia...
Entre a multidão de gente uma solidão permanente.
Monstros de concreto e aço te cercam, sufocando o ar a fuligem,
Titânicos espelhos onde o sol se admira de seu brilho.
Cidade de todos os odores, de todas as cores, todos os sabores,
Todas as tribos, todas as danças, todas as dores e todas as esperanças...
Existe um frio que cerca a quem vive aqui, desde os condomínios até as favelas,
Os cortiços, as vielas... As vilas, as pinguelas. Todos somos células!
São Paulo cidade viva, pulsante... Cidade das avenidas acolhedoras,
Cidade dos abandonos, das carroças de papelão, do êxodo urbano, da migração.
Cidade profana, cidade divina... Mortes no asfalto todos os dias.
A ti nunca serei leviano, trago no peito o amor e respeito, o orgulho de ser paulistano.
Marcelo Reis, inverno de 2009.
Indo ao eterno
Requiem aeternam dona eis...
Por que nada mais me aflige em minha existência
Calada para todo sempre será a dor ingrata
E a poeira do esquecimento cairá sobre minhas obras
Eli, Eli, lamá, sabactâni... Ouve a minha prece.
No meio da tempestade, sopra para longe o tufão!
Abranda a minha alma, escalda a lava da boca do dragão!
Afaste de mim para as profundezas Tiamat...
Desarme os laços de Moloch para que não seja sacrificada a inocência
E que a cabeça da serpente seja esmagada por teu cajado...
O ferrão do escorpião perca seu veneno e que se cale o rugido do leão,
Manso e inofensivo seja Manticore e desvendado todos seus enigmas...
Agora para onde eu vou? Não tenho um sextante...
Apenas vagueio no nada e a batalha ainda existe,
Espera a sorte Mardoqueu, à ti virá a espada flamejante,
E em um instante vencerás Mitra! Dominus vobiscum. Amém!
Marcelo Reis, inverno 2009.
Fujamos da iniqüidade do homem hipócrita, sejamos prudentes...
Estão à espreita nas sombras criando armadilhas para envolver-nos.
Artifícios ardilosos e lábia sedutora, armas letais contra nosso espírito.
Se andares com os lobos em pouco tempo uivará a lua...
Apesar da efemeridade de nossa existência podemos criar a eternidade...
Somos perfeitos em meio ao caos e profanos ante ao divino,
Criaturas admiráveis, seres exuberantes, repletos de sentimentos conflitantes.
Aprender com os erros é evoluir. Devemos fazê-lo. Confia!
Marcelo Reis, inverno 2009.
Pura palavra
Há quem possa interessar o passado mal projetado e a semente infecunda...
Por que é no viço da tua mocidade onde se guarda o solo fértil da vida.
E a quem culpar por tantos passos tortos e tropeços inevitáveis?
O destino? Não certamente, talvez a sabotagem fora do espelho...
Também é verdade clara que nunca é tardio o arrependimento,
Pode-se reerguer-se, ressurgir, recriar-se e retomar a direção reta.
Mas por que insistir em sempre trilhar “caminhos estreitos”?
Muitos desistem na metade, falta-lhes ânimo para receber a herança...
Pensando em você
Eu penso em você todo dia
E penso com tanto carinho...
Eu sei que vou te encontrar um dia,
Mesmo que não seja nessa vida.
Aquele abraço não ficará mudo!
Tenho há tempos um beijo guardado para lhe dar.
Um beijo com todo o meu carinho...
Um carinho de pássaro em seu ninho.
Eu penso em você e a saudade me salda,
O tempo não passa... Uma dorzinha formiga meu peito.
E eu lembro das tuas risadas, lembro das dobras no canto dos olhos...
O teu sorriso alegrava a minha alma.
Tenho no espírito tatuado as caldas tardes de maio,
A brisa com fragrância de mato cortado,
O descanso de barulho de chuva no telhado...
O sonho da tua presença estando eu, acordado.
Marcelo Reis, outono 2009.
poemÃO
Não escrevo para passar o tempo ou por mera diversão.
Escrevo com minha alma, com meu sangue e coração!
Escrevo encantos, desencantos, fantasia e paixão...
Escrevo flores, espinhos, vindas, idas, saudade e solidão.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Carpe diem
Meu pensamento voou de encontro a tantas lembranças... Viagem.
A criança viva em meu espírito sorriu esperanças tantas,
Como tantas foram as lágrimas, os pesares, os lamentos e suplicas.
Como tantos foram os dissabores, os amargores, os tormentos e horrores.
Nos Campos Elíseos meus pés poderiam fugir de todas as dores,
Beberia das águas do esquecimento para que minha alma pudesse descansar.
Cada um edifica um templo de acordo com o tamanho de sua deidade...
Trilhamos caminhos por lugares proibidos, caminhos sem volta.
Marcelo Reis, inverno 2009
Tributo à inocência
Eu fui oprimido, humilhado, ferido na alma e sobrevivi.
Fui julgado, prejudicado, caluniado e em silencio eu me manti.
Quando criança respirava esperança, vivia em sonho, paixão juvenil.
Já há tantos passos na areia, há tantos tropeços, minha semente ainda é fértil.
Sentei-me ao alpendre, contemplei o poente, viajei docemente ao infinito.
Ai um sorriso brotou em meus lábios, estava encantado, sentindo-me pássaro.
A noite veio sem lua, mas quantas estrelas brilhavam no céu...
Hypnos sorrindo olhou-me de esgueio e sorrateiramente partiu.
Marcelo Reis, inverno de 2009.
TOP TEM OF LIFE
Eu descobri algumas coisas que gostaria de compartilhar...
Os sonhos não morrem, eles se renovam. Não sofra por não ter chegado no objetivo esperado, entre o que planejou até a realização você cresceu, aprendeu, conquistou pequenas mas importantes vitórias. Não deixe a frustração te abater, os obstáculos que aparecem no caminho podem ser vencidos de várias maneiras, ou até mesmo, desviados. Não tenha medo em recuar, não tenha medo de arriscar. Tenha sim, e muito medo de se acomodar, de se conformar. Todos sabemos da efemeridade da vida e também de sua fragilidade, sabemos das inconstâncias e que devemos plantar se quisermos colher. Por mais que a safra não seja satisfatória ou abundante, o mínimo existirá para manter nossos corpos em pé e termos forças para mais um plantio.
Pense sempre positivamente e não olhe para direita ou para esquerda. Você pode até não ser no final o grande campeão, pode não receber honrarias... Mas com certeza absoluta, estará entre os dez mais. Marcelo Reis/09.
Labirinto de Creta
Onde vagam esses olhos perdidos e tristes? Busca consolo no horizonte?
E essa boca seca é sua? Esse gosto amargo já lhe faz companhia há tempos?
Por que esse jardim florido lhe parece tão cinza? Onde se esconderam as cores?
Essa mão tremula e esse ardor em tuas entranhas te pertence desde quando?
E essa febre, essa vertigem... Por que se espanta com tamanha facilidade?
Pede paz e estás ao centro do conflito. Árdua peleja! Tens o coração ferido.
Uma guerra que não é sua, batalha inútil e sem sentido...
Acumulam-se as mágoas, as decepções tornaram-se inevitáveis.
Como encontrar o caminho de volta? Não há nada e ninguém para te amparar...
Quase vencido, traído por si mesmo. Sem alento, à beira do precipício.
Acaso acredita que possam brotar-lhe as costas alvas e longas “asas”?
Elas não virão do nada! Terás que confecciona-las... Pobre de ti Ícaro, sonhas demasiado...
É difícil erguer a cabeça, ver o todo. Reunir forças e voltar a sorrir...
Mas é preciso que tente... Uma, duas, três... Quantas forem às vezes.
Tente, tente e tente! Insistentemente... Não desista. Persista...
Em cada tentativa estará escondida uma chave. Vá encontrando as saídas.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Retalhos de uma vida a dois
É... O amor é um cristal raro, fino e caro... Depois de quebrado... Não há como juntar os cacos.
O tempo não volta atrás... Não adianta! Ainda não inventaram a máquina do tempo.
Não adianta ficar preso no passado... O futuro espera que façamos coisas melhores...
Vamos esquecer os fracassos, nem sempre eles nos tornam fracassados...
Quem teve tudo e jogou fora, não está apto a desgostar de quem pegou seu “lixo”... Sempre alguém pega as sobras. Sempre haverão de pegar os necessitados...
Basta! Estou cansado... Entenda como quiser, quanto mais tento me explicar, mais me enrolo na tua teia.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Imagem P&B
A vida começa com um choro da gente e acaba com o chorar de alguém.
O que para o homem é ciência, para Deus é loucura...
Quando a sua alegria é um pouco a do outro, isso é amor louco, mas verdadeiro...
Há quem não poderá entender, mas pode aparecer alguém que mude o seu destino e se torne muito importante pra você...
Dizem que recebemos de volta todas as nossas intenções triplicadas...
Sabe, existem momentos na vida que você pode estar à beira de um penhasco, mas esta com os olhos vendados pela dor, aí pode aparecer um anjo que o guie ao caminho contrário ou um demônio que o empurre... Tive sorte...
Marcelo Reis, inverno 2009.
Tânatos
O amor é pura poesia, versado em trovas enlouquecidas e desesperadas.
Quem ama se fragiliza, engana-se, se arrisca... Sofre sempre, sempre.
A flor da pele... Desmedida emoção... Coração na garganta... Rasga o peito paixão!
Lágrimas, sorrisos... Assim vou caminhando... Vivendo, sofrendo e amando.
Quanto mais tento fugir, mais me prendo as teias de um destino dantesco...
Não há como lutar contra as ordens armadas que saem de mim mesmo.
Inútil tentativa... Com sofreguidão sigo, exaurido. Pesa-me a alma anjo ferido.
Desci ao Tártaro sobre as bênçãos de Gaia e nenhum mal me atingiu...
É preciso enxergar a treva para depois ver a luz, ninguém nasce sabendo tudo...
São esses tropeços o que nos eleva, faz-nos crescer e sermos mais fortes.
Da a nós calos nos pés e nas palmas das mãos essa peleja inglória da vida...
E assim como casca, casco, pele debaixo da armadura, vamos à luta!
Amar é bem verdade, loucura... Transgressão as próprias convicções.
Ter coragem para enfrentar Tritão e confiança em vencer seu arpão...
Amar é magia, é rosa, é pétala macia e cheirosa, mas é principalmente, espinho.
Para quem ama o mundo é dividido entre os que choram e os que vivem sorrindo.
Marcelo Reis, inverno 2009.
INTENSO
Não sou meio, não vivo “metades”... Em mim ardem dores, vertem “saudades”.
Sonhos frágeis, tremores. Sobressaltos noturnos repletos de temores.
Sei que o amanhã não existe, mas insisto em planejá-lo com requinte.
Sei que esse mar de mágoas pode me afogar, mas acredito que a tormenta vai passar...
Se for para queimar, sou labareda... Se for para apagar, me esqueça!
Eu não espero que asas me levem para voar, me atiro de cabeça...
E se me der na veneta ganho o espaço. Viajo o cosmo. Viro cometa!
Eu caio, eu brigo. Batalho, me humilho. Levanto ferido, mas nunca... Nunca vencido.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Somniu Vitae
Até que pode ser amor... Como saber? Sempre são parecidas as paixões...
Como explicar o gostar? Esse bem querer gratuito e espontâneo...
Um sentimento de tamanha generosidade e desapego...
Vontade de rir com teu riso, sentir o perfume da tua pele, te fazer carinho.
Por que vem do nada, chega e avassala minha alma. Bagunça tudo por dentro...
Estranho sentir prazer em meio a esse tormento... Conto horas para ficar minutos perto.
É sublime sua figura a todo instante no meu pensamento, me conforta, trás alento.
A tenho em meus sonhos... Mesmo sem seu consentimento. Vivo e vou morrendo.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Ilegalmente minha
Você é tudo isso que me parece bom aos olhos e ao coração;
Alimenta minha alma, infla meu tórax, transborda minha botija de paixão!
Anjo reluzente, encanto incandescente, pedaços de cristal...
Seu beijo é explosão de sentidos, é festa de cores, puro carnaval!
Olhinhos ardentes, centelhas de desejo em brilho inocente.
Sorriso encantador, convite ao furor... Delírio inconseqüente...
Entre paredes, a luz apagada. A chama é lançada, labaredas ardendo em mim...
Entre um toque e outro viajo em teu corpo... Consumo meu sonho em fim.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Melhor amigo
Sempre que pensamos em amizade, colocamos as maiores virtudes sobre alguém que admiramos e sentimos um profundo respeito e carinho. Atentem a essa grande responsabilidade que colocamos nos ombros dessa pessoa. Esperamos com tudo que essa amizade nos de apoio nas horas difíceis, que nos ampare em nossas prostrações, que nos incentive quando estivermos desanimados. Isso geralmente ocorre, para quem deseja viver uma verdadeira amizade sabe que deverá atender as expectativas de quem o escolheu. Entretanto essa pessoa ainda não é seu melhor amigo. Espantou-se? A verdade é que seu melhor amigo está guardado dentro de você mesmo, se você não conseguir encontrar dentro de si próprio todas as virtudes que espera no outro, jamais conseguirá que as vejam em você também, assim não conseguirá ser um verdadeiro amigo de ninguém. Não pense que é fácil, mas não podemos desistir de encontrar esse amigo “eu”. Essa busca irá enriquecer sua vida. Siga em frente!
Marcelo Reis, inverno 2009.
Lágrimas são sementes de “esperança”
Plante-as em solo fértil com sua dor
Regue com soluços de lamento
Cultive com o arrependimento...
Esse penar parece ser infinito
Que pesar aflige essa pobre alma...
Sofrimento por amor ou por saudade?
Não importa! Lágrimas são lágrimas...
A lágrima lava o espelho da alma
A lágrima traz a luz o oculto...
A lágrima pede consolo, carinho e perdão,
A lágrima é adaga fincada no coração
Quem não tem suas lágrimas?
Suas cicatrizes e feridas...
Suas esperanças, sonhos e fantasias...
Resta-me desejar que nenhuma lágrima seja em vão.
Marcelo Reis, outono de 2009.
CREIA!
CREIA, pois quando você crê uma colher torna-se uma pá...
CREIA em sua capacidade e nada impedirá seu êxito.
CREIA no poder das palavras e cure almas enfermas...
CREIA no amor e assim viverá o amor e será o próprio amor.
Crendo você se libertara da prisão da depressão e do pânico,
Crendo você vencerá as barreiras que te separam do sucesso,
Crendo você será sempre bem recebido por onde andar,
Crendo você será verdadeiramente amado.
Você crê? Crê que existe algo maior regendo o céu a terra e o mar...
As estrelas, as constelações e as galáxias? Você crê que uma energia inimaginável conduz tudo existente a um destino? Se você consegue crer em algo intocável e invisível pode muito bem acreditar em você mesmo ou não?
Lembre-se que a luz só é luz por que existe a escuridão...
A ordem nasceu necessariamente do total caos...
Após uma tormenta chegara sempre, a calmaria...
Nós também passamos por esse processo evolutivo, devemos ter paciência.
CREIA!
Marcelo Reis, outono 2009.
Nossos caminhos...
Um dia a menos ou um dia a mais? A escolha você que faz.
Viver será morrer aos poucos ou o final da jornada será descanso?
O covarde pode viver mais tempo que o valente, mas com que glória?
Não há garantia para algo que ainda não existe... Fictício futuro!
Ninguém é rico o suficiente se não poder compartilhar suas conquistas.
Ensinam a nós que existir é pecado... Nossos pensamentos são impuros.
Utilizamos de máscaras para sobreviver, não temos outra saída...
Enquanto essa chama arder dentro do peito haverá esperança.
Quando o sol nasce no horizonte, faz um convite para o recomeço...
Mas “recomeços” são sempre demonstrações de nossa incompetência.
É como aquele que vive a desculpar-se... Desculpe aqui, desculpe ali...
Uma hora ninguém mais aceita. A melhor desculpa e não cometer o erro.
A verdadeira beleza é aquela que vem de dentro, mas poucos enxergam...
É tão fácil ser fútil, entregar-se a esse oceano de banalidades do nosso tempo.
Vulgarizamos os sentimentos, sentidos e cultuamos o consumismo.
Que perversidade fazemos com nossos espíritos, somos menos rosas e mais espinhos.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Destroços de mim mesmo
Vi uma flor nascer da escaldante pavimentação viária, persistente flor.
Não é fácil viver com a cabeça inchada exalando idéias... Sempre fértil.
Pensamentos, cacos de vidro... Sonhos perdidos. Amor que morreu.
Esperança, esperança... Esperança. Eterna criança em mim se perdeu.
Olhares, sorrisos... Gestos, intenções... Quereres, ilusões... Sentidos.
Lugares, fragrâncias... Sabores, beijos... Abraços, carinhos... Dores.
Lágrimas regaram meu jardim a vida inteira. Sempre espinhos, sempre...
Queria um banho na cachoeira para refrescar a febre que arde na minha alma.
O mar me chama, clama por mim. Quer meu calor, meu furor, tudo em fim.
O céu me namora, manda presentes. Faz-se inocente, depois ri de mim.
A lua me agarra, faceira na cama. Com um olhar de quem ama, me faz feliz.
O sol com ciúmes, lançou sua fúria. Apenas fagulhas puderam me alcançar.
Apesar dessas penas, dessas perdas, desses dissabores, desses percalços...
Passeio pela vida rindo de tudo, na minha cara sempre estampado um sorriso largo.
Há quem não compreenda essa insanidade, sem cara metade, sem Morfeu.
Eu me banhei no rio Jordão, eu lavei o meu espírito, meu perdão se faz remido.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Liberte, egualitè, fraternitè
Uns elogiam, outros criticam... Uns apoiam, outros desprezam...
Há quem acredite e quem duvide... Ainda há aqueles descrentes...
Muitos aplaudem, ovacionam... Outros atiram tomates e ovos!
O que importa na verdade é a vontade da maioria. Assim seja... Viva a democracia!
Marcelo Reis, inverno 2009.
O brilho da Lua
Que enorme peso levo em meu coração,
Uma dor impossível de cura, uma paixão, uma loucura...
E nesta noite a lua é testemunha.
Tiro-lhe as vestes e ela agora está nua...
Cai sobre mim teu véu e minha alma flutua,
Tão distante que esqueço a procura.
Por fim eu liberto, imploro tua ajuda.
Marcelo Reis, inverno de 1999.
A PAZ está dentro de nós
A paz não está em um “cessar fogo”...
A paz não se encontra em uma “rendição”...
A paz não se esconde em uma assinatura de “não agressão mútua”...
A tão sonhada paz tão pouco está firmada em “tratados” e “apertos de mãos históricos”...
A PAZ está guardada em um cofre chamado tolerância... O segredo desse cofre está dentro de nossos corações.
Estamos cegos diante a esplendorosa beleza e riqueza da diversidade de nossa espécie.
Nós podemos discordar em nossas posições políticas, culturais, religiosas... Nós podemos nos odiar... Nós podemos nos matar. Mesmo assim continuamos sendo irmãos. Essa bênção divina nenhuma guerra poderá mudar.
Temos um único DEUS, mas muitas bandeiras.
Marcelo Reis, primavera 2008.
Oito linhas
Onde anda a tua poesia?
Não me refiro a essa escrita
Mas aquela contida na vida
Incrustada na alma honesta
Aquela que faz o bruto sorrir
Que torna o fardo suportável
Que induz o sonho ao desesperançado
Poesia de textos incompreensíveis
Marcelo Reis, outono de 2001.
Mãe... Em meu coração nada tem mais significado que a Senhora, que tanto é parte de mim quanto eu mesmo. Cresci com você e vi que a vida poderia ser mais que haviam me ensinado. Através de ti descobri que o amor existe e é necessário, descobri que a maior recompensa é não ser recompensado...
Em tua presença sinto-me honrado, dignificado por ser teu filho... Grato por ter recebido tanto carinho e por sempre estar aquecido por teu amor.
Mãe, te amo. Obrigado.
Marcelo Reis.
Pensando em você
Eu penso em você todo dia
E penso com tanto carinho...
Eu sei que vou te encontrar um dia,
Mesmo que não seja nessa vida.
Aquele abraço não ficará mudo!
Tenho há tempos um beijo guardado para lhe dar.
Um beijo com todo o meu carinho...
Um carinho de pássaro em seu ninho.
Eu penso em você e a saudade me salda,
O tempo não passa... Uma dorzinha formiga meu peito.
E eu lembro das tuas risadas, lembro das dobras no canto dos olhos...
O teu sorriso alegrava a minha alma.
Tenho no espírito tatuado as caldas tardes de maio,
A brisa com fragrância de mato cortado,
O descanso de barulho de chuva no telhado...
O sonho da tua presença estando eu, acordado.
Marcelo Reis, outono 2009.
Doar Vida
Eu vim de tão longe para te trazer
Um pouco da minha vida
Vai viver em você...
Não sou melhor que ninguém
Tão pouco um herói
Apenas creio que só o amor constrói.
Foi bom insistir, valeu esperar...
Você nunca deixou de acreditar
Suas lágrimas secarão
Seu pranto não foi em vão...
Comece a sorrir, a dor vai passar...
A vida ainda tem muito pra te dar.
Marcelo Reis, outono 2009.
Língua de fogo
Foi em um olhar que me calei
Foi em um beijo que me perdi
Foi em um abraço que me amparei
Foi por amar que quase morri...
Passei pela maldição dos mil gritos
Vaguei pela penumbra da desilusão,
Vi meu espírito ser banido
Vi meu coração mergulhado na escuridão...
Ouvi o silencio de todas as palavras humanas
Ouvi o cântico das potestades divinas
O meu sacrifício subiu ao altíssimo
Meu sangue fumegado levou um aroma doce como o mel...
Essa brasa que arde a minha alma
Descende da rama antiga do verbo em carne
Vem de cidades perdidas no tempo
Das línguas mortas, dos deuses falsos.
Marcelo Reis, outono 2009.
IN HOC SIGNO VINCES
Não se turbe o vosso coração, pois teu inimigo já foi jogado por sete caminhos...
Não temas, tua vitória chegará. Mas não será no teu tempo. Confia!
Levanta-te, erga sua cabeça e tenha bom animo.
Uma armadura celestial está descendo dos céus para revestir tua alma...
A batalha nunca cessará, por isso vigie... Sejas sentinela atento!
Em tuas mãos será colocada uma espada flamejante,
E serás coroado com o elmo dourado da sabedoria.
Mesmo assim ainda haverá abismos a vencer, não se iluda.
A pedra lançada contra ti será devolvida a quem lhe acusou e julgou...
A flecha mirada ao teu coração será revertida ao seu atirador...
Os espinhos que plantaram em teu jardim cresceram no jardim de quem os semeou...
Todo o mal desejado a ti retornará três vezes maior a quem os desejou...
Uma nova porta será aberta em sua vida, uma porta que ninguém fecha!
Continue trilhando o caminho da luz, do amor e atravesse essa porta...
Quão grandioso é o que te espera, não é ouro, nem prata
Bom dia amor...
Acorde com meu beijo e desperte com meu abraço
Aqueça o meu corpo com o teu corpo entrelaçado...
Deixe que eu me perca no perfume atrás da tua orelha,
Na maciez da tua pele aveludada, no aconchego dos teus cabelos...
Marcelo Reis, outono 2009.
Messaggio per te
Tente sim agradar a todos, mesmo sabendo que é impossível. Você ao menos estará diminuindo expressivamente os que poderia desagradar. Quanto mais simpatizantes você adquirir ao longo da sua jornada, maior serão as acolhidas e ofertas de auxílio. O egoísmo, a intolerância, a truculência, a soberba, o orgulho e a mesquinhez serão como fardo pesado atrelado ao dorso do peregrino... É importante você saber que primeiro devemos organizar nosso universo interior, fortalecendo-o e alimentando-o com ética, caráter, amor, paciência, perdão e coragem. Depois disso você poderá juntar apoio e ir rumo ao poder. Faça da sua vida como um começo de um texto, um texto mal iniciado é como um sorriso em uma foto, pode até se tratar de um rosto angelical, mas se esse sorriso faltar um dente, todo o resto perde o encanto e assim é com um texto, escreva cada dia da sua vida um começo que agrade, que transmita verdade. Faça com que as pessoas que o rodeiam sintam interesse em saber mais. Marcelo Reis, outono/09.
PAULISTÂNIA
Nas minhas veias correm apressadamente os sonhos e anseios dessa gente
Em cada rua, esquina, praça e avenida a desigualdade torna tudo cinza...
Megalópole cultural, caldeirão de raças, credos, conceitos e preconceitos,
Capital financeira, locomotiva... Há quem estanque suas feridas?
Tens um que de tristeza, uma inexplicável melancolia...
Entre a multidão de gente uma solidão permanente.
Monstros de concreto e aço te cercam, sufocando o ar a fuligem,
Titânicos espelhos onde o sol se admira de seu brilho.
Cidade de todos os odores, de todas as cores, todos os sabores,
Todas as tribos, todas as danças, todas as dores e todas as esperanças...
Existe um frio que cerca a quem vive aqui, desde os condomínios até as favelas,
Os cortiços, as vielas... As vilas, as pinguelas. Todos somos células!
São Paulo cidade viva, pulsante... Cidade das avenidas acolhedoras,
Cidade dos abandonos, das carroças de papelão, do êxodo urbano, da migração.
Cidade profana, cidade divina... Mortes no asfalto todos os dias.
A ti nunca serei leviano, trago no peito o amor e respeito, o orgulho de ser paulistano.
Marcelo Reis, inverno de 2009.
Indo ao eterno
Requiem aeternam dona eis...
Por que nada mais me aflige em minha existência
Calada para todo sempre será a dor ingrata
E a poeira do esquecimento cairá sobre minhas obras
Eli, Eli, lamá, sabactâni... Ouve a minha prece.
No meio da tempestade, sopra para longe o tufão!
Abranda a minha alma, escalda a lava da boca do dragão!
Afaste de mim para as profundezas Tiamat...
Desarme os laços de Moloch para que não seja sacrificada a inocência
E que a cabeça da serpente seja esmagada por teu cajado...
O ferrão do escorpião perca seu veneno e que se cale o rugido do leão,
Manso e inofensivo seja Manticore e desvendado todos seus enigmas...
Agora para onde eu vou? Não tenho um sextante...
Apenas vagueio no nada e a batalha ainda existe,
Espera a sorte Mardoqueu, à ti virá a espada flamejante,
E em um instante vencerás Mitra! Dominus vobiscum. Amém!
Marcelo Reis, inverno 2009.
Fujamos da iniqüidade do homem hipócrita, sejamos prudentes...
Estão à espreita nas sombras criando armadilhas para envolver-nos.
Artifícios ardilosos e lábia sedutora, armas letais contra nosso espírito.
Se andares com os lobos em pouco tempo uivará a lua...
Apesar da efemeridade de nossa existência podemos criar a eternidade...
Somos perfeitos em meio ao caos e profanos ante ao divino,
Criaturas admiráveis, seres exuberantes, repletos de sentimentos conflitantes.
Aprender com os erros é evoluir. Devemos fazê-lo. Confia!
Marcelo Reis, inverno 2009.
Pura palavra
Há quem possa interessar o passado mal projetado e a semente infecunda...
Por que é no viço da tua mocidade onde se guarda o solo fértil da vida.
E a quem culpar por tantos passos tortos e tropeços inevitáveis?
O destino? Não certamente, talvez a sabotagem fora do espelho...
Também é verdade clara que nunca é tardio o arrependimento,
Pode-se reerguer-se, ressurgir, recriar-se e retomar a direção reta.
Mas por que insistir em sempre trilhar “caminhos estreitos”?
Muitos desistem na metade, falta-lhes ânimo para receber a herança...
Pensando em você
Eu penso em você todo dia
E penso com tanto carinho...
Eu sei que vou te encontrar um dia,
Mesmo que não seja nessa vida.
Aquele abraço não ficará mudo!
Tenho há tempos um beijo guardado para lhe dar.
Um beijo com todo o meu carinho...
Um carinho de pássaro em seu ninho.
Eu penso em você e a saudade me salda,
O tempo não passa... Uma dorzinha formiga meu peito.
E eu lembro das tuas risadas, lembro das dobras no canto dos olhos...
O teu sorriso alegrava a minha alma.
Tenho no espírito tatuado as caldas tardes de maio,
A brisa com fragrância de mato cortado,
O descanso de barulho de chuva no telhado...
O sonho da tua presença estando eu, acordado.
Marcelo Reis, outono 2009.
poemÃO
Não escrevo para passar o tempo ou por mera diversão.
Escrevo com minha alma, com meu sangue e coração!
Escrevo encantos, desencantos, fantasia e paixão...
Escrevo flores, espinhos, vindas, idas, saudade e solidão.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Carpe diem
Meu pensamento voou de encontro a tantas lembranças... Viagem.
A criança viva em meu espírito sorriu esperanças tantas,
Como tantas foram as lágrimas, os pesares, os lamentos e suplicas.
Como tantos foram os dissabores, os amargores, os tormentos e horrores.
Nos Campos Elíseos meus pés poderiam fugir de todas as dores,
Beberia das águas do esquecimento para que minha alma pudesse descansar.
Cada um edifica um templo de acordo com o tamanho de sua deidade...
Trilhamos caminhos por lugares proibidos, caminhos sem volta.
Marcelo Reis, inverno 2009
Tributo à inocência
Eu fui oprimido, humilhado, ferido na alma e sobrevivi.
Fui julgado, prejudicado, caluniado e em silencio eu me manti.
Quando criança respirava esperança, vivia em sonho, paixão juvenil.
Já há tantos passos na areia, há tantos tropeços, minha semente ainda é fértil.
Sentei-me ao alpendre, contemplei o poente, viajei docemente ao infinito.
Ai um sorriso brotou em meus lábios, estava encantado, sentindo-me pássaro.
A noite veio sem lua, mas quantas estrelas brilhavam no céu...
Hypnos sorrindo olhou-me de esgueio e sorrateiramente partiu.
Marcelo Reis, inverno de 2009.
TOP TEM OF LIFE
Eu descobri algumas coisas que gostaria de compartilhar...
Os sonhos não morrem, eles se renovam. Não sofra por não ter chegado no objetivo esperado, entre o que planejou até a realização você cresceu, aprendeu, conquistou pequenas mas importantes vitórias. Não deixe a frustração te abater, os obstáculos que aparecem no caminho podem ser vencidos de várias maneiras, ou até mesmo, desviados. Não tenha medo em recuar, não tenha medo de arriscar. Tenha sim, e muito medo de se acomodar, de se conformar. Todos sabemos da efemeridade da vida e também de sua fragilidade, sabemos das inconstâncias e que devemos plantar se quisermos colher. Por mais que a safra não seja satisfatória ou abundante, o mínimo existirá para manter nossos corpos em pé e termos forças para mais um plantio.
Pense sempre positivamente e não olhe para direita ou para esquerda. Você pode até não ser no final o grande campeão, pode não receber honrarias... Mas com certeza absoluta, estará entre os dez mais. Marcelo Reis/09.
Labirinto de Creta
Onde vagam esses olhos perdidos e tristes? Busca consolo no horizonte?
E essa boca seca é sua? Esse gosto amargo já lhe faz companhia há tempos?
Por que esse jardim florido lhe parece tão cinza? Onde se esconderam as cores?
Essa mão tremula e esse ardor em tuas entranhas te pertence desde quando?
E essa febre, essa vertigem... Por que se espanta com tamanha facilidade?
Pede paz e estás ao centro do conflito. Árdua peleja! Tens o coração ferido.
Uma guerra que não é sua, batalha inútil e sem sentido...
Acumulam-se as mágoas, as decepções tornaram-se inevitáveis.
Como encontrar o caminho de volta? Não há nada e ninguém para te amparar...
Quase vencido, traído por si mesmo. Sem alento, à beira do precipício.
Acaso acredita que possam brotar-lhe as costas alvas e longas “asas”?
Elas não virão do nada! Terás que confecciona-las... Pobre de ti Ícaro, sonhas demasiado...
É difícil erguer a cabeça, ver o todo. Reunir forças e voltar a sorrir...
Mas é preciso que tente... Uma, duas, três... Quantas forem às vezes.
Tente, tente e tente! Insistentemente... Não desista. Persista...
Em cada tentativa estará escondida uma chave. Vá encontrando as saídas.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Retalhos de uma vida a dois
É... O amor é um cristal raro, fino e caro... Depois de quebrado... Não há como juntar os cacos.
O tempo não volta atrás... Não adianta! Ainda não inventaram a máquina do tempo.
Não adianta ficar preso no passado... O futuro espera que façamos coisas melhores...
Vamos esquecer os fracassos, nem sempre eles nos tornam fracassados...
Quem teve tudo e jogou fora, não está apto a desgostar de quem pegou seu “lixo”... Sempre alguém pega as sobras. Sempre haverão de pegar os necessitados...
Basta! Estou cansado... Entenda como quiser, quanto mais tento me explicar, mais me enrolo na tua teia.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Imagem P&B
A vida começa com um choro da gente e acaba com o chorar de alguém.
O que para o homem é ciência, para Deus é loucura...
Quando a sua alegria é um pouco a do outro, isso é amor louco, mas verdadeiro...
Há quem não poderá entender, mas pode aparecer alguém que mude o seu destino e se torne muito importante pra você...
Dizem que recebemos de volta todas as nossas intenções triplicadas...
Sabe, existem momentos na vida que você pode estar à beira de um penhasco, mas esta com os olhos vendados pela dor, aí pode aparecer um anjo que o guie ao caminho contrário ou um demônio que o empurre... Tive sorte...
Marcelo Reis, inverno 2009.
Tânatos
O amor é pura poesia, versado em trovas enlouquecidas e desesperadas.
Quem ama se fragiliza, engana-se, se arrisca... Sofre sempre, sempre.
A flor da pele... Desmedida emoção... Coração na garganta... Rasga o peito paixão!
Lágrimas, sorrisos... Assim vou caminhando... Vivendo, sofrendo e amando.
Quanto mais tento fugir, mais me prendo as teias de um destino dantesco...
Não há como lutar contra as ordens armadas que saem de mim mesmo.
Inútil tentativa... Com sofreguidão sigo, exaurido. Pesa-me a alma anjo ferido.
Desci ao Tártaro sobre as bênçãos de Gaia e nenhum mal me atingiu...
É preciso enxergar a treva para depois ver a luz, ninguém nasce sabendo tudo...
São esses tropeços o que nos eleva, faz-nos crescer e sermos mais fortes.
Da a nós calos nos pés e nas palmas das mãos essa peleja inglória da vida...
E assim como casca, casco, pele debaixo da armadura, vamos à luta!
Amar é bem verdade, loucura... Transgressão as próprias convicções.
Ter coragem para enfrentar Tritão e confiança em vencer seu arpão...
Amar é magia, é rosa, é pétala macia e cheirosa, mas é principalmente, espinho.
Para quem ama o mundo é dividido entre os que choram e os que vivem sorrindo.
Marcelo Reis, inverno 2009.
INTENSO
Não sou meio, não vivo “metades”... Em mim ardem dores, vertem “saudades”.
Sonhos frágeis, tremores. Sobressaltos noturnos repletos de temores.
Sei que o amanhã não existe, mas insisto em planejá-lo com requinte.
Sei que esse mar de mágoas pode me afogar, mas acredito que a tormenta vai passar...
Se for para queimar, sou labareda... Se for para apagar, me esqueça!
Eu não espero que asas me levem para voar, me atiro de cabeça...
E se me der na veneta ganho o espaço. Viajo o cosmo. Viro cometa!
Eu caio, eu brigo. Batalho, me humilho. Levanto ferido, mas nunca... Nunca vencido.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Somniu Vitae
Até que pode ser amor... Como saber? Sempre são parecidas as paixões...
Como explicar o gostar? Esse bem querer gratuito e espontâneo...
Um sentimento de tamanha generosidade e desapego...
Vontade de rir com teu riso, sentir o perfume da tua pele, te fazer carinho.
Por que vem do nada, chega e avassala minha alma. Bagunça tudo por dentro...
Estranho sentir prazer em meio a esse tormento... Conto horas para ficar minutos perto.
É sublime sua figura a todo instante no meu pensamento, me conforta, trás alento.
A tenho em meus sonhos... Mesmo sem seu consentimento. Vivo e vou morrendo.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Ilegalmente minha
Você é tudo isso que me parece bom aos olhos e ao coração;
Alimenta minha alma, infla meu tórax, transborda minha botija de paixão!
Anjo reluzente, encanto incandescente, pedaços de cristal...
Seu beijo é explosão de sentidos, é festa de cores, puro carnaval!
Olhinhos ardentes, centelhas de desejo em brilho inocente.
Sorriso encantador, convite ao furor... Delírio inconseqüente...
Entre paredes, a luz apagada. A chama é lançada, labaredas ardendo em mim...
Entre um toque e outro viajo em teu corpo... Consumo meu sonho em fim.
Marcelo Reis, inverno 2009.
Melhor amigo
Sempre que pensamos em amizade, colocamos as maiores virtudes sobre alguém que admiramos e sentimos um profundo respeito e carinho. Atentem a essa grande responsabilidade que colocamos nos ombros dessa pessoa. Esperamos com tudo que essa amizade nos de apoio nas horas difíceis, que nos ampare em nossas prostrações, que nos incentive quando estivermos desanimados. Isso geralmente ocorre, para quem deseja viver uma verdadeira amizade sabe que deverá atender as expectativas de quem o escolheu. Entretanto essa pessoa ainda não é seu melhor amigo. Espantou-se? A verdade é que seu melhor amigo está guardado dentro de você mesmo, se você não conseguir encontrar dentro de si próprio todas as virtudes que espera no outro, jamais conseguirá que as vejam em você também, assim não conseguirá ser um verdadeiro amigo de ninguém. Não pense que é fácil, mas não podemos desistir de encontrar esse amigo “eu”. Essa busca irá enriquecer sua vida. Siga em frente!
Marcelo Reis, inverno 2009.
BRUCUTULISMO
Existe uma doença que ataca o coração de algumas pessoas...
Essa enfermidade atrofia o músculo “bomba” coração,
Deixando-o endurecido, petrificado... Intransponível...
A compaixão e solidariedade dão lugar à intolerância...
A ternura desaparece e a tronculencia finca bandeira...
Não espere de quem tem essa doença, concideração...
Para eles não fazemos mais que nossa obrigação servi-los.
Ainda não há tratamento eficaz, quem sabe Deus...
Marcelo Reis, inverno 2010.
Essa enfermidade atrofia o músculo “bomba” coração,
Deixando-o endurecido, petrificado... Intransponível...
A compaixão e solidariedade dão lugar à intolerância...
A ternura desaparece e a tronculencia finca bandeira...
Não espere de quem tem essa doença, concideração...
Para eles não fazemos mais que nossa obrigação servi-los.
Ainda não há tratamento eficaz, quem sabe Deus...
Marcelo Reis, inverno 2010.
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