terça-feira, 4 de maio de 2010

Tenho fome.



Busco sua boca relutante, lábios carnudos se fecham.
A respiração pesada trai desejos reprimidos.
Solicito seu corpo e sua alma.
A fantasia de nosso passado não mais me supre.
Quero-a em carne, nua, e entregue.

Seus mamilos endurecidos traem suas negativas.
Diz-me não me querer, mas tudo em você conspira.
Não há mais espaço para falsas verdades.
Tiro-lhe as amarras. Solto a fera adormecida.
Seus delicados dedos e minha imagem não mais bastam.

O calor de suas entranhas, fogo em mata seca.
Vê-me como bombeiro, mas sou eu que a fagulha atiça.
Canta-me as impossibilidades. Afirma que nossos destinos não se cruzam.
Corra, corra. Eu e você a perseguimos. Uma hora você se cansa e deitará em minha cova.
Corra, corra. Dê-nos o prazer da caça. Minha sede aumenta. Quererei regato entre coxas.

Tenho frio, busco seu calor. Tenho fome, você é minha ceia
Meu falo endurecido norteia, busca o molhado e doce de sua existência.
Afasto cabelos e desprotegida nuca em ponta de língua toco. Seu corpo se abre em segredos.
Desvendo um a um, cada mistério. O arrepio judia e dá êxtase. Seu cheiro de mulher fêmea inunda.

Abandona ritos e fé desmedida, seu corpo vira mesa e altar de minha luxúria.
A dama se despede, a fera acuada e fecunda se entrega.
Sua pele jovem e sedosa é manjar para minha boca.
Rendida uma lágrima sulca rosto perfeito, não de tristeza, pura alegria.

Outros homens já provou, mas virginal permaneceu, pois não conheceu a orgástica loucura.
Derrubarei um a um seus limites. Em curvas, toques, penetrações, deliciosas loucuras.
Descobrirá, então, homem que a ama, e como mulher se declarará perdida.
Darei sem medo a eternidade em segundos, extenuada, velarei pelo seu sono.

Corra, corra. Eu e você continuaremos em seu encalço.
Costuro sentimento a sentimento, desejo a desejo, torno você inestimável mosaico.
Chama-me de cafajeste e canalha, manda-me ter vergonha na cara. Regras de um jogo vencido.
É colcha de retalhos, onde encontro amor, satisfação, felicidade e abrigo.
*
Vassalo das Letras.

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